A iniciativa visa estender o pleno uso de metadados para nossa vida diária no planeta físico e o que muitos estão chamando de realidade do futuro, e como esta tecnologia poderia revolucionar a forma como consumimos conteúdo de entretenimento e compramos produtos. A fusão de todo o mundo virtual e físico em tal escala pode ser muito útil, mas, como qualquer outra tecnologia, tem seus perigos.
O mundo dos metadados
Metaverso um lugar onde realidades digitais alternativas interagem com pessoas que trabalham, brincam e interagem. Poderíamos chamá-lo de Metaverso – o mundo espelho escondido atrás do véu da realidade -, a Nuvem de AR, o Magicverse, a Internet Espacial ou Mapas Vivos, mas uma coisa é certa: ele está chegando e pode ser enorme.
O termo já existe, mas os limites em sua aplicação ainda são enormes. Além de toda a propaganda de fãs do espaço Cyberpunk, a verdade pode estar mais nos dados adicionais.
Um critério realizado na ficção científica?
Em algum momento, toda nossa tecnologia foi chamada de ficção científica, portanto, esta definição é apropriada. Neal Stephenson cunhou o termo “metaverso” em seu romance Snow Crash (1992) que se referia a um mundo virtual 3D composto por avatares de pessoas reais.
Vários outros meios de ficção científica integram sistemas deste tipo, em alguns casos antes de Snow Crash. No entanto, o trabalho de Stevenson continua sendo um dos pontos de vista mais debatidos entre os fãs do metaverso, juntamente com o romance de Ernest Cline, Ready Player One 2011. O metaverso pode se tornar um substituto natural para a Internet, como a conhecemos.
Como funcionará no planeta real?
Basicamente, a conexão entre os dados que pesquisamos e compartilhamos hoje na Internet e os dados que podemos pesquisar e compartilhar em uma tela – como óculos – será adicionada à nossa perspectiva física quando interagirmos com o planeta real.
Se o pesquisarmos imediatamente no Google, podemos encontrar algumas definições. A Wikipédia a define como o espaço virtual coletivo compartilhado criado pela convergência da verdade física aumentada e o espaço virtual fisicamente persistente que compreende a soma de todos os universos virtuais, a verdade aumentada e a Internet.
O termo “Metaverso” é uma combinação do prefixo “meta” (que significa “além”) e “Universo”; o termo é comumente usado para explicar a designação de uma futura conexão à Internet que constitui em espaços virtuais 3D aplicado e compartilhados, ligado a um mundo virtual e real percebido.
Economia e consumo
Se utilizada corretamente, a tecnologia pode proporcionar uma oportunidade para um melhor desenvolvimento do comportamento do consumidor. Imagine que quando você estiver andando pela rua e passar por uma loja, um aviso aparece na tela contendo seus dados de interesse e consumo que o item que lhe interessa está à venda naquela loja e que você pode aproveitá-lo e comprá-lo a um preço melhor.
Quando você sai para se divertir, você passa por salas de concertos, discotecas e bares e já obtém informações sobre o número de pessoas presentes e o show atual até comprar seu ingresso antes de ficar na fila. Tudo poderia ser mais barato.
O problema é se o comportamento criminoso da Internet de hoje entrar no ambiente metaverso, o que vamos fazer? Ainda não há resposta, mas imagine um monte de banners e pop-ups entrando em seu campo de visão enquanto você dirige – não é nem interessante nem seguro. A intrusão de “chapéus pretos” – hackers criminosos que fazem sugestões erradas ou dão regras erradas, resultando na perda de dados da vítima, sendo enganada ou mesmo levada a um lugar onde são roubados.
A evolução do metaverso pode ser crucial, mas a “realidade do futuro” não pode evoluir sem considerar seriamente os prováveis inconvenientes; poderia ser irresponsável.
O Facebook não é o único a criar um metaverso.
O termo entrou recentemente na moda depois que o fundador do Facebook Mark Zuckerberg (FBOK34) anunciou que a empresa seria renomeada Meta, sugerindo que a empresa está agora focada no mercado de realidade virtual (VR) e realidade aumentada (AR).
A mudança de nome vem em um momento em que o Facebook enfrenta novamente controvérsia sobre alegações de uso indevido de dados de usuários e negligência na forma como hospeda conteúdo em redes sociais.
Entretanto, a promessa da realidade virtual tem coincidido com os interesses de Zuckerberg desde pelo menos 2014, quando o Facebook adquiriu a Oculus VR, a organização responsável pelo desenvolvimento dos óculos de realidade virtual.
O termo “metaverso” não é novo, nem é a tentativa de torná-lo realidade. A primeira ideia foi o jogo Second Life, lançado em 2003 pela Linden Lab. O programa tridimensional coloca o cliente em um mundo on-line através de avatares criados pelos jogadores, prometendo uma segunda vida para aqueles que querem fugir da verdade. Embora ainda exista, o jogo não alcançou a notoriedade que se esperava e não se tornou o futuro da Internet.
Em um novo grupo de organizações voltadas para o metaverso, os gigantes da tecnologia estão se esforçando para liderar o caminho.
A Microsoft (MSFT34 ) já indicou que pretende criar uma “metaversa corporativa” que combina o mundo real e virtual. Além disso, o desenvolvedor de videogames Xbox também está passando por uma revisão de design para construir uma verdade mista, de acordo com Phil Spencer, que é o responsável pelo produto.
Epic Games, proprietário do jogo Fortnite, também tem planos avançados de realidade virtual e planeja integrar a tecnologia em jogos online.
Enquanto isso, a Snap, empresa matriz da rede social Snapchat, anunciou no final do ano que iria criar seus primeiros óculos de realidade aumentada.
A eles se unirão organizações como a Tencent, Nvidia, fabricante de fichas e a plataforma de jogos da China Roblox Corporation, bem como um mercado quente de start-ups focados em entregar novos produtos VR e AR para organizações monumentais.
A ligação entre a NFT e o metaverso
No início de 2021, a Gucci entrou no mercado NFT ao lançar seu primeiro tênis digital. Por $12, você compraria um par que custaria em torno de $850 na vida real. O problema, no entanto, é que o item nunca será utilizado, uma vez que ele só existe virtualmente.
No metaverso, comprar um item desse tipo pode fazer um pouco mais de sentido. Com avatares personalizáveis, os usuários podem virtualmente andar de bicicleta esportiva e começar a viver o estilo de vida de luxo, mesmo on-line. “Neste momento, possuir um produto NFT é apenas uma indicação de extravagância e exclusividade, mas no metaverso, quando seu avatar está realmente usando o treinador, faz ainda mais sentido”, diz Church.
Ferro vai ainda mais longe, observando que o mercado de moedas criptográficas poderia ser a base econômica deste mundo virtual. “Na economia virtual que será alimentada por moedas criptográficas, é fato que haverá empregos e profissões digitais, podem replicar o sistema de permuta”.
Isto significa que as moedas criptográficas permitiriam que este mundo se tornasse um sistema lucrativo para marcas e consumidores, com seu próprio sistema monetário a ser comercializado no planeta real. Ele acredita que a blockchain tem um papel fundamental a desempenhar para evitar o que aconteceu no Second Life. Uma razão importante para este fracasso é que não existe um modelo de negócios para apoiar este “segundo mundo”.
A conversão é o futuro das relações sociais?
A curto prazo ao momento da decisão do Facebook de anunciar o produto, pois com os avanços feitos na vacinação contra o coronavírus e a redução maciça dos casos da doença, as pessoas começaram a procurar um contato mais pessoal e a fugir da bolha tecnológica. “Em cada projeto vemos sinais de que as pessoas estão desesperadas para se afastar da internet. O metaverso é contra isso.
Também as limitações de hardware são uma grande barreira para a consolidação do metaverso e impedem a adoção imediata. Isto significa que, apesar dos esforços dos gigantes tecnológicos, é pouco provável que vejamos um site de realidade virtual tão sofisticado num futuro próximo. “Mark Zuckerberg tem sua perspectiva que em três a cinco anos, no entanto temos muito amadurecimento par a fazer”.
Por outro lado é o tipo de ambiente que gira dinheiro a todos, é muito mais rico e com as regras permanecem bem melhor definidas. Vai além do que podemos experimentar no ambiente natural e creio que terá inevitavelmente um impacto na sociedade a que pertencemos.
Privacidade e estabilidade no metaverso
Se as redes sociais já sabem muito sobre as preferências dos usuários, a função de coleta de informações do metaverso pode ser ainda mais rigorosa, já que a coleta de dados comportamentais pode ser exponencialmente maior. “É a capacidade única para compreender a população.
Por esta razão, pode ser perturbador saber que o Facebook pretende ser pioneiro neste novo universo. Após vários escândalos envolvendo a partilha de dados dos usuários, a empresa estava novamente em crise, acusada internamente de colocar o lucro acima da estabilidade de seus usuários.
Durante a apresentação ao vivo da empresa em Meta, Zuckerberg reiterou várias vezes que a nova empresa controladora do Facebook é tudo sobre governança. Entretanto, as mesmas promessas foram feitas em 2016 e 2018, Provavelmente o desafio da Meta definitivamente não é o Facebook.